quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O Que é o 'Infinito'? - O Manifesto


Este vídeo mostra algumas imagens da saga de Lucas Silveira em busca do misterioso monumento abandonado que estampa o encarte do 'Infinito'.
Em março desse ano, Lucas partiu sozinho em uma egotrip improvisada, atrás do monumento que tanto lhe havia fascinado: Sutjeska.

Próximo ao povoado de Tjentiste, já em território pertencente à Republika Srbska, a aproximadamente 140km de Sarajevo, encontra-se o vale de Sutjeska, onde se deu uma sangrenta batalha entre Partidários Iugoslavos e tropas nazistas, durante a Segunda Grande Guerra. Para lembrar a todos do heroísmo e sofrimento dos 3301 Sérvios mortos em combate, o governo Iugoslavo ergueu um imponente monumento no alto de uma colina entre duas enormes montanhas que recortam esse território.

Lucas viajou de Nova York a Sarajevo, num vôo que levou mais de 36 horas, entre escalas absurdas e demoradas conexões. Após isso, consultando habitantes da cidade, conheceu dois homens que se dispuseram a levá-lo até Tjentiste, em troca de 50 euros. Temperaturas bem abaixo de zero, uma recente nevasca de mais de um metro de altura, e a visitação proibida durante o inverno (perigo de ataque de lobos e ursos), que impossibilitava a subida da colina onde localiza-se o monumento não foram suficientes para fazer Lucas desistir de seu objetivo.

Após escalar a colina a pé, e lá permanecer por cerca de duas horas, Lucas finalmente obteve a poderosa imagem do monumento, que chega a parecer uma montagem, tamanho o detalhamento daquelas arestas moldadas em concreto armado enegrecidas pela umidade e o descuido das autoridades. A foto foi obtida através da combinação digital de nove imagens individuais, pois as proporções colossais da estrutura precisavam de uma lente grande angular para serem enquadradas em uma fotografia só.

Com medo de congelar os pés, Lucas desceu a colina e voltou para o carro, onde tirou as meias molhadas de neve e esquentou seus pés com o auxílio do aquecedor de um Patrulheiro Rodoviário que fazia ronda próximo ao local. Durante o caminho de volta a Sarajevo, anotou em um caderno as palavras que lhem vinham à cabeça, proferidas nesse vídeo.

Uma semana depois, Lucas já estava em São Paulo, junto dos outros integrantes da Fresno, gravando aquele que seria o disco mais decisivo de sua carreira: 'INFINITO'.


"Tem horas que tudo que a vida faz é nos empurrar para bem longe.
E o que o agente faz? A gente vai.
A gente vai atrás do que a gente nem sabe direito o que é. A gente sai correndo, esquece de tudo, esquece de todos, até chegar lá...
Porque é justamente lá, no meio do nada, embrenhado naquele silêncio que parece que corta a gente ao meio. É só lá que a gente consegue ter na nossa cabeça, finalmente, aquela clareza que a gente tanto procurava sem saber.
Fazer música?
Fazer música é botar ordem na barulheira que é essa vida que a gente leva, é fazer com que, os caminhões lá fora, os sangue na tevê, a gritaria das ruas, essa injustiça dos nossos dias, aquelas as pressões que acabam com a nossa vontade de viver... é fazer com que tudo isso pare, com que tudo isso se harmonize, nem que seja por alguns minutos.

A gente briga, porque tudo que a gente quer é ter paz.
A gente chora, porque tudo que a precisa é sorrir.
A gente grita, porque tudo que a gente sabe nessa vida é cantar.

A gente vive pelos que se foram
A gente morre pelos que ainda estão aqui.

Às vezes, gente precisa dar de cara com o muro, ver no horizonte o fim da linha até, no auge do desespero, apalpar as nossas próprias costas e ver nelas o surgimento de um par de asas.

E é nessa hora que a gente percebe:
Que enquanto a gente acreditar nisso tudo que a gente faz, e colocar cada gota do nosso sangue e nosso suor no que a gente faz, e continuar fazendo isso, enquanto houverem forças... o que a gente tem nas nossas mãos é... "Infinito".

Nenhum comentário:

Postar um comentário