E sempre que eu tentei falar, alguém me calou. E depois de muito tempo que eu vivi condenada a seu silêncio, e gritei. Explodi, e disse para os covardes que insistiam, em inventar histórias pra me incriminar, que eu não era assim. As minhas palavras eles nunca escutaram, e por medo eu as escondia, mesmo sem querer. Mas os personagens mudam, e um dia eles aprendem que realmente ninguém pode ser atingido.
De braços cruzados ou não, de olhos fechados, e de passos tranqüilos, eu vivi cada dia, pelo medo que me corria nesse pesadelo. Hoje, eu não tenho medo mais do velho costume dos teus gritos que me assombraram, cada tempo que eu vivi, acanhada do lado do corredor, chorando pelo sono perdido. Hoje as minhas lágrimas se acostumaram, e não caem mais pela tua ausência e tua ignorância de não entender esse lugar.
Quando eu corri atrás eu não me importei. Eu te deixei de lado e fingi que nada existia naquela noite. Por saber que a minha preocupação não seria menor que a tua. Eu já vivi sem, durante muito tempo. Com o tempo eu deixei de ser o teu fantoche. O que tu usavas, pra deixar as marcas, o teu mau humor, o teu choro, e até as tuas angustias. Isso me feria, e como os teus sentimentos descontados nos teus atores, também te atingiam.
Essas marcas podem viver em cada cicatriz da minha pele. Mas não doem tanto como as lembranças da minha mente. As feridas curaram, e a angustia passou naqueles dias, mas nunca se apagou durante todas as sombras vividas. O dia que eu ganhei bilhões de tapas eu aprendi. O dia que eu caí com a sombra das lágrimas eu vivi. Todas aquelas marcas incuráveis, todos aqueles choros perdidos, e o tempo perdido, não me fizeram tão mal assim. Hoje eles até me assombram, mas com eles a gente aprende cada coisa. Cada erro que nunca se passou. E foi com eles que todo mundo um dia se torna aquele alguém. Porque concerteza aquela pessoa também já chorou, esperneou, e pediu pra passar a dor. E ela nunca passou. Na verdade ela até passou depois. Mas ela nunca se apagou.
E talvez a dor dela, foi maior que a minha. Mesmo que não fosse, ela sentiu a mesma dor. E um dia pediu, também, chorou também, e quis ser alguém. Eu sempre tive a fome de ser o melhor pra você. Eu sempre tive a sede de tentar nunca errar e aprender se errasse. Eu sempre quis ser alguém. E por mais que isso não fosse o que tu vias, aqui dentro ainda existe um coração de alguém que sempre tentou, mesmo com os olhos vendados, entender porque, porque ainda não passou.
As minhas palavras, talvez um dia tu nunca as leia. E talvez um dia tu possas escutar. E quando tu ouvires todas essas canções, não me peça pra não chorar.
Porque as coisas acontecem quando tem que acontecer, quando a gente cresce, quando a gente realmente entende por que, depois de tanto chorar.
lindo dani.
ResponderExcluiraawm obrigada amor
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