Não ser nada durante um tempo me tira a razão. Eu agüentei cada palavra torta, cada sentimento falso, cada empurro que o mundo já tentou dar. Disse muitas vezes que não queria e ao dormir eu mudei de opinião. Não sou nada eu existo, respiro, acredito.
Eu escrevo pro vento adivinhar o que ta acontecendo no mundo. Eu canto para as paredes, eu choro para as palavras, eu vivo para um sonho. Eu disse: “Eu agüento”. Porque eu tenho que agüentar, porque eu quero agüentar, eu preciso agüentar. Justamente por cansar de esperar.
A gente enxerga as piores verdades, a gente chora as lágrimas de sangue, e vê que aquilo tudo dói muito mais. Gritamos com tanta força que não queremos mais, mas no fundo a gente sempre precisa. Eu não ligo para as coisas que tentam, fazem ou fizeram contra mim, eu guardo tudo que há de bom, e os restos às lágrimas tiram, ou pelos menos ajudam a não lembrar.
Não solto as palavras por acreditar que isso fere muito mais do que uma grande surra. Eu escrevo, e não digo pra quem foi, é, ou será, já as entreguei a alguém, e depois daquilo ele se calou. Calou-se por entender realmente o que eu sempre quis transmitir. Eu tive que dizer, escrever.
Sempre pensei em te fazer pensar ao recitar tudo aquilo, e pra minha surpresa eu vi aquilo que eu nunca pude imaginar. Digo-te não faz, não fez, e com certeza não fará diferença, eu sempre esperei um sorriso sincero e nunca pude enxergar isto dentro de seus olhos. Já não penso mais. Já nem ligo mais. Eu tentei.
Tentei, enxerguei e compreendi. Seu orgulho é bem maior do que teu amor, que nunca foi nada, que nunca sentiu nada. E que fez uma falta.
Eu não preciso de nada pra sorrir, eu não preciso me preocupar mais uma vez em tentar desvendar aquilo que nunca pude suportar.
Eu sei de todos os meus problemas, e sim, eles são bem mais fortes do que todos teus.
Tu nunca me fez sorrir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário