Recebi uma ligação perdida. Liguei, desliguei. Como se não bastasse mais nada. O celular vibrou.
- Oi?
- Sei que eu não devia te procurar, mas eu quero falar contigo, tu sabe quem é.
- Ã? Não sei, quem é?
Lembro que senti a voz um tanto “amedrontada” e com o tom alto, logo não reconheci, mais minutos depois lembrei, e não entendi.
- O que tu quer?
- Falar contigo.
- Eu não posso.
- Te vi esses dias, pensei em te chamar, mais fiquei com medo de tu me esnobar.
- Eu não sou assim como tu pensa.
As pessoas não apagam o que vivemos há algum tempo atrás. E sim isso dói demais, e com certeza mais em mim. Algo nunca me entende e sempre implora por um sorriso meu, eu disse várias vezes que nunca estive pronta e que nunca sabia realmente o que fazer, porque meu corpo sempre se encontrava em outra direção. A direção que eu também desconhecia, e que quase sempre tentava descobrir, mais isso não me perturba mais. Eu nunca fui realmente como eu pensava e sempre tomei atitudes que me fizeram crescer um pouco mais. Nada me faz mudar. E nem uma ligação “desconhecida”.
- Vamos nos ver?
- não sei.
Já fui pior. Não brinquei de sonhar, e vivo pra realizar. Hoje eu digo não espere nada de mim porque eu nunca esperei nada de ninguém, sempre tentei dizer o que eu nunca tive coragem, e tudo que eu quis falar, era que eu precisava de um pouco de paz. Eu não quero mais. Eu nunca quis, e se um dia quis, deixei de querer. Não me espere mais. Não tente mais me ver.
- Prometo que não vou mais te encher.
- Não quero nada com você, e tu sabes disso.
- Pensei que tu ia mudar.
- Eu nunca mudo.
A ligação acabou, e meus problemas ainda continuam esperando alguma chamada.
“E vai passar como passou por mim.”
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