Todos os dias ao sair para o trabalho pego o ônibus. Aqueles vinte minutos la dentro fico pensando sobre muitas coisas.
As vezes eu vejo certas imagens que nunca vi. As vezes eu sinto saudade de um tempo que sei que talvez não volte. Infância. Poderia dizer que foi boa, se comparasse com o agora, naquele tempo ainda existia “fantoches” e pra mim não tinha importância.
Hoje, essa importância cada vez preocupa.
Pra mim, a fase mais divertida passou muito mais rápido do que para as crianças que vejo hoje. Cresci rápido. Não tive tempo pra entender certas coisas, mais tive tempo pra chorar.
Ainda vejo o amor entre pais e crianças, e quando lembro eu choro.
Não choro por sentir falta, porque sentiria do que?
O mundo sempre foi cruel, apreendemos a viver nele depois de um tempo, que de certa forma “aceitamos” o seu modo de viver. Porque não conseguimos sozinhos com um só pensamento mudar isso, sozinho ninguém consegue, mais não pense que eu desisti, escrever é uma forma para fazer pessoas pensarem, no seu mundo.
“Descobrir-se imperfeito, defeituoso e incapaz (e escrever sobre isso) é o que me impede de desmoronar. Essa obra inacabada que todos somos precisa de andaimes, estacas e apoios para se manter de pé. Família, amigos, músicas, drogas… usamos o que temos ao nosso alcance, embora saibamos que jamais estaremos prontos. Jamais.
Viver é perigoso. O mundo é veloz, cruel, e cheio de arestas. Só está a salvo quem está morto.” –LUCAS SILVEIRA.
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