A gente acha que pode esquecer. E só depois de muito tempo a gente lembra de novo. Todo o teu medo guardado, e tuas histórias inúteis, nunca passaram do papel. Essa tradução que às vezes custa para sair, e quando sai, tu vai lá e apaga de novo, sempre achando que tudo está “horrível”. O teu horrível é o lindo de outro. Quando que alguém vai parar de se importar, vai parar pra pensar, ou vai chegar fazendo o que quer, sem lembrar de tudo, sem escorrer a tua lagrima, de dizer aquilo que tu não queria, por medo.
Ninguém pensa da mesma forma. O problema é que cada um, olha para as palavras dos outros, e vê elas com outro sentido. Eu já cansei de bater a cara na parede, olhar pra cima, e ver se tinha uma saída, daí eu vi, que tudo que estava ao redor, nunca esteve tão distante.
O “eles” não precisa saber. Não tem que se importar, nem com o que tu vai fazer, e nem falar. O problema de não falar, é o problema de não realizar. É o problema de não tentar. Todo o tempo que tu olhar pro lado, e poder entender algumas palavras, tu vai parar, e não vai deixar a tua sede de gritar sair da tua boca. Perder o sorriso, por quem nunca perdeu uma felicidade ao ouvir as merdas do mundo.
Ele não sabe de ti. Não sabe de ninguém, acha que sabe demais, e no fundo, nunca sabe nem de alguém. Quando quiseram trancar minhas palavras, eu as prendi mais ainda para que não as perdesse. Jogaria, atiraria as no momento que tu virasses para mim, e dissesse algumas frases malditas que não fazem diferença. Olhei para o lado a todo instante com o medo que me percorria pela madrugada, que muitas vezes me fazia escorrer algumas lágrimas e ao mesmo tempo em que eu não entendia, era um sufoco ficar ali, ouvindo tudo, todas aquelas frases malditas que me fizeram querer fugir.
E cada frase não dita me custou algumas lágrimas, o desespero, e algumas raivas. Durante muito tempo, o meu papel era em branco, e aos poucos ele criou cor, criou coragem, criou liberdade. Se minhas palavras machucarem a tua solidão, a tua respiração machucou as minhas palavras. Não foi hoje, nem foi ontem, foi passado, e não é presente, tudo foi quebrado, jogado pelo mar, e a tua corrente, já não existe mais.
Já me custou muito. Me levou a alegria de criança. Me levou algum tempo perdido, levou a infância.
Não vou mais te escutar.
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