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Eu não quero dizer adeus. Mais é como se eu tivesse que dizer isso. Não to tentando ganhar tempo de ninguém, nem tentando derrubar ninguém. Eu to cheia de problema e nem sei porque eu ainda tento. Talvez seja alguém que me peça pra continuar tentando. Mais não é.

- Então o que é? É ódio? É amor?

- nunca foi ódio e nem vai ser amor.

Eu já tentei muitas vezes, e sempre me debati contra a parede. Não me entendo mais. Cheguei num ponto aonde, nada mais vale a pena, aonde nada mais parece ter “graça”. Eu to aqui a um bom tempo, mais ninguém me viu. Eu chutei parede. Vi dias choverem e ninguém me viu. Cansei de ser invisível. Na verdade eu nunca fui, mais eu sempre estive coberta.

To tentando entender o mundo, mais ele não me compreende. eu já cansei de chorar. Fazia muito tempo, mais muito mesmo que eu não encontrava nada assim, e derrepente eu encontro mais logo eu me quebro pra que não chegue ao fim. As vezes eu não quero falar o que eu falo, as vezes eu quero falar o que eu nunca disse, entender o mundo não é fácil, de tanto cair eu já me perdi nos passos. Então eu me virei, e to tentando voltar.

-Tentando?

- Sim, tentando.

- Mais porque não volta?

- Porque eu ainda to em cima do muro.

E cada dia fico mais. Tudo que eu sempre sonhei é como se não me atraísse mais. É como se algo invadisse meu coração e bombeasse tão forte para meu cérebro receber a ligação, que eu ainda preciso daqui. Não quero voltar. Não quero mudar.

- Porque não vai atrás?

- Porque eu não tenho arma pra isso.

- E porque tu não pede ajuda?

- Do que me adianta, só eu tentar?

- Eu tento com você.

- Não é tu que eu sempre esperei chegar.

- E quem é?

- Ainda to tentando descobrir.

- Eu nunca te entendo.

- Eu nunca pedi pra me entender.

“Eu não tenho nome, e nem embarcação.”